
Saúde psicológica do cuidador
A saúde psicológica do cuidador
A manutenção diária da saúde psicológica dos cuidadores informais é um esteio fundamental para a saúde global de quem dedica a sua vida a cuidar do outro e para quem é cuidado. Sem uma manutenção atenta da estabilidade emocional e psicológica destas pessoas, toda a cadeia de cuidados a qualquer cidadão que deles dependa, de forma permanente ou temporária, estará em causa.
O cuidador em Portugal
Prestar cuidados e assistência a outras pessoas, geralmente a um familiar, amigo ou vizinho é um papel que mais de 800 mil portugueses já assumiram. São os cuidadores informais que fazem um trabalho essencial, sendo que muitos destes não são habitualmente remunerados por isso, acumulando por vezes com outra atividade profissional, para além do trabalho doméstico.
A proposta que aprovou o novo estatuto do cuidador informal, em 2019, está em vigor desde junho de 2020, e em fase de testes em muitos concelhos do país. Representa, no entanto, um avanço nesta matéria, mantendo-se ainda com algumas regras por definir, até ao fim da fase experimental, nomeadamente em matéria da quantificação de subsídios de apoio.
Cabe a estes cuidadores auxiliar outras pessoas em inúmeras tarefas, desde a alimentação à administração de medicamentos, passando pelos cuidados da higiene ou deslocações.
Cuidar de alguém dependente de auxílio no seu dia-a-dia é uma tarefa permanente. Estima-se que atualmente cerca de 80 por cento dos cuidados continuados no nosso país sejam prestados por familiares, amigos e vizinhos.
A exigência do papel do cuidador
Cuidar, sendo um papel nobre, é também uma missão das mais exigentes, em termos físicos e emocionais. Em grande parte dos casos, pode ser difícil ter tempo ou motivação para cuidar de si próprio e do seu bem-estar. A preocupação em que o cuidador se mantenha saudável e ativo é fundamental nestes casos.
Há estatísticas e estudos vários que se têm dedicado a perceber esta problemática. Sabemos que a nível físico e psicológico, os cuidadores informais experienciam mais stress, depressão, ansiedade e, problemas de saúde físicos quando comparados com os não cuidadores da mesma idade, por exemplo. A exposição prolongada de eventos desencadeadores de stress no cuidar pode assim afetar a própria saúde mental do cuidador. Os cuidadores apresentam não só uma pior saúde, como enfrentam custos significativos, perda de rendimentos e de tempo para lazer, rutura de relações. A nível social os cuidadores informais, no desempenho do seu papel, podem experienciar pobreza, isolamento, limitação da sua participação social e atividades de lazer.
Medidas e novos apoios
De entre um conjunto de novos apoios, está previsto, por exemplo, um subsídio de apoio aos cuidadores, o direito ao descanso, apoio psicossocial e medidas de apoio à integração no mercado de trabalho.
O que é o “Descanso do Cuidador”?
Entende-se por descanso do cuidador, no âmbito da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), o conjunto de intervenções que providenciem períodos de alívio ou descanso efetivo aos cuidadores, libertando-os temporariamente das atividades inerentes à prestação de cuidados.
Tem por objetivo reduzir a sobrecarga ou a quantidade de cuidado providenciado pelos cuidadores e possibilitar a restituição das suas energias, tratar de assuntos pessoais e/ou de saúde, etc. Nas Unidades de Longa Duração e Manutenção, o descanso do cuidador é proporcionado através do internamento temporário da pessoa dependente. O período máximo é de 90 dias ano. Nas tipologias de Saúde Mental, nomeadamente nas Residências de Apoio Moderado (RAMO) e Residências de Apoio Máximo (RAMA), também há lugar à admissão de utentes, para descanso do cuidador. Nestas o período máximo é de 45 dias por ano.
Como aceder à medida?
Para efeitos de acesso ao descanso do cuidador no âmbito da RNCCI, deverá ser efetuado contacto com qualquer profissional dos Cuidados de Saúde Primários – Agrupamento Centros Saúde (ACES) ou Centro de Saúde (CS) da área de residência. Mediante esta sinalização será elaborada uma proposta de referenciação que será enviada para validação da Equipa Coordenadora Local (ECL) da área de influência do ACES. Em resumo, a pessoa cuidada poderá ter cuidados dentro de uma estrutura residencial ou aceder a serviços de apoio domiciliário, consoante a sua situação. O doente e o cuidador devem estar envolvidos ao longo de todo este processo.
Medidas práticas a observar no quotidiano do cuidador:
- Alimentação saudável, exercício físico e respeito pelas horas de sono;
- Manutenção de relações sociais tão regulares quanto possível;
- Uso alternativo de tecnologia e telecomunicações para manter o contacto com o exterior;
- Procurar aproveitar partes do descanso da pessoa cuidada, para cuidar da saúde e higiene;
- Manter as distrações possíveis, mesmo os momentos de lazer tenham de ser passados em casa;
- Manter uma rede de apoio de família, amigos e vizinhos;
- Manter a ligação aos profissionais de saúde de proximidade;
- Participar em grupos de cuidadores, numa perspetiva de autoajuda e partilha de experiências;
- Recorrer a acompanhamento psicológico, mesmo que através da internet;
- Recorrer aos apoios oficiais agora previstos na lei;
- Na medida do possível, não abdicar de um período de férias anual.
Se não houver suporte adequado, qualquer cuidador corre o risco de se tornar ele próprio num paciente. Com o envelhecimento acelerado da população na Europa, e estando Portugal num dos lugares topo face ao envelhecimento, isso é ainda mais provável. Os cuidadores podem tornar-se incapazes de satisfazer o aumento da procura de cuidados de longo prazo, com graves implicações na sustentabilidade dos serviços de saúde e bem-estar na Europa. A tomada de consciência, legislação e medida práticas nesta matéria serão fundamentais para a União Europeia e a maioria dos estados europeus nos próximos anos.
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