A Década do Envelhecimento Saudável 2021-2030 tem por base a Estratégia Global da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre Envelhecimento e Saúde, o Plano de Ação Internacional das Nações Unidas para o Envelhecimento e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda das Nações Unidas 2030.
Para o Diretor-Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, esta iniciativa envia um sinal claro sobre a importância do trabalho conjunto dentro do sistema das Nações Unidas, com governos, sociedade civil e setor privado. A ideia é a de que “poderemos não apenas adicionar anos à vida, mas também (melhorar a qualidade de) vida a estes anos”.
Em 2015, a OMS descrevia o envelhecimento saudável como “o processo de desenvolvimento e manutenção da capacidade funcional que permite o bem-estar em idade avançada”
A organização sublinhava já os benefícios que podiam ser perdidos, caso não se fizessem os investimentos necessários nas áreas do envelhecimento. Era requerida uma “transformação dos sistemas de saúde que substitua os modelos curativos baseados na doença, pela prestação de atenção integrada e centrada nas necessidades dos mais velhos”. Em 2015 foram estabelecidas áreas prioritárias de ação:
1) alinhar os sistemas de saúde a populações mais velhas;
2) desenvolver sistemas de cuidados de longo prazo;
3) criar ambientes favoráveis aos adultos mais velhos;
4) melhorar a medição, a monitorização e a compreensão.
Em 2021, os objetivos ampliaram-se para abarcarem formas de pensamento, sentimentos e ação sobre a idade e a promoção das capacidades no envelhecimento.
As iniciativas empreendidas como parte integrante do programa, visam:
- mudar a forma como as pessoas pensam, sentem e agem em relação à idade e ao envelhecimento;
- facilitar a capacidade dos idosos para participar e contribuir junto das suas comunidades e para a sociedade como um todo;
- prestar atenção integrada e serviços de saúde primários que atendam às necessidades do indivíduo;
- prover acesso a cuidados de longa duração para pessoas idosas que deles necessitem.
Esta resolução da ONU também convoca a OMS para liderar a implementação da iniciativa, em colaboração com as outras organizações diretamente ligadas à ONU. Governos, organizações internacionais e regionais, sociedade civil, setor privado, universidades e media também são encorajados a apoiar clara e ativamente os objetivos desta Década do Envelhecimento Saudável.
Uma nova plataforma global e novas formas de colaborar
A representante da equipa de Mudança Demográfica e Envelhecimento Saudável da OMS, Alana Officer, sublinhou que esta iniciativa “é o culminar de muitos anos de colaboração com parceiros de todo o mundo”, frisando, no entanto, que, para ser bem sucedida esta aposta terá de ser também um recomeço para estas instituições que precisam “de novas formas de trabalhar”.
Desta forma, os parceiros da OMS e da ONU procuram contribuições de todas as partes interessadas para ajudar a construir uma plataforma colaborativa onde todo o conhecimento sobre o envelhecimento possa ser reunido, partilhado e produzido – tudo junto num só lugar, que seja acessível a qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo.
Não devemos esquecer que o facto de hoje vivermos mais anos, não significa vivermos com melhor saúde ou ter as nossas necessidades atendidas. É preciso um plano concertado e uma colaboração global para haver uma evolução significativa neste enorme desafio contemporâneo.
Portugal deverá participar ativa e estrategicamente, por todas as razões, e recordar que temos umas das taxas de envelhecimento mais alto da Europa e do Mundo, sendo desejável e premente que a qualidade de vida das nossas populações mais velhas, e dos seus cuidadores, evolua muito em pouco tempo.
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