

Maysoon Zayid é atriz, comediante, produtora, autora e ativista. Tem 47 anos, é americana e tem origem palestiniana, e sofre de paralisia cerebral.
Nascida numa família palestiniana, em New Jersey, com mais três irmãs, Zayid é um fenómeno na comédia nos Estados Unidos e financia, com o seu trabalho, projetos com crianças com deficiência na palestina, entre outros projetos sociais nos EUA.
Em 2003, fundou o Maysoon’s Kids, uma instituição que esperava dar às crianças refugiadas palestinas um pouco da sorte que os seus pais lhe deram. Trabalhou com a Cisjordânia para realizar programas de bem-estar e formação para pais e professores de crianças com deficiência. O apoio era dado através de intérpretes de língua gestual, computadores ativados por voz, assistentes sociais ou professores.
Da infância ao estrelato
Apesar de ter tido muito apoio e incentivo familiar, quando era criança a família não conseguia pagar os dispendiosos tratamentos de terapia da fala e ocupacional, tendo por isso sido encaminhada para aulas de performance, expressão dramática e música, o que acabaria por catapultar o seu percurso artístico. Os seus pais não a tratavam de maneira diferente das irmãs e ensinaram-na que seria capaz de fazer tudo.
Formou-se na Universidade do Arizona e foi bolseira da Universidade de Princeton. Maysoon é co-fundadora do New York Arab American Comedy Festival e do The Muslim Funny Fest. Tem seguido uma carreira entre os palcos, a escrita, a rádio e a TV, numa base constante. Maysoon teve a conferência TED mais vista de 2014 e isso tornou-a ainda mais popular e acelerou a sua carreira.
Como comediante profissional, Maysoon apresentou-se nos principais clubes de Nova York e fez extensas digressões no país e no estrangeiro. Sendo mulher, deficiente, pertencente a uma minoria étnica, estando acima do peso, entre outros fatores, tudo faria prever que não conseguiria ultrapassar os obstáculos e preconceito que enfrentou, e que se estenderam à escola de teatro e aos bastidores profissionais do mundo artístico.
«Quando criança, eu era confiante, feliz e orgulhosa. A partir da faculdade passei a sentir-me indesejável e sentia que não poderia realizar coisas porque as pessoas tratavam-me de maneira muito diferente», disse a comediante sobre o seu percurso de luta por um lugar no mundo do espetáculo.
O ativismo em várias frentes
Entre as séries onde está envolvida, também como produtora, tem na calha uma série de comédia inspirada na sua própria vida, para a cadeia ABC, intitulada “Can-Can”. Nos EUA a série marca a chegada de 2 populações habitualmente estigmatizadas nas grandes audiências: os deficientes e os muçulmanos.
As estatísticas dizem que quase 20 por cento da população americana é deficiente. No entanto, só haverá uns 2% de personagens deficientes na produção televisiva norte-americana, sendo que 95% desses personagens são desempenhados por atores sem deficiência. Maysson luta por essa representatividade e é ativista de um movimento que chama a atenção para os direitos das pessoas com deficiência no entretenimento. Para além destes direitos, dedica-se ainda a outras causas, como a violência contra as mulheres ou a luta do povo palestiniano pelo território.
‘Deficiente’ e ‘engraçada’, orgulhosamente
Em 2002 a actriz tornou-se na primeira pessoa a fazer stand-up comedy na Palestina e na Jordânia. «Jamais esquecerei o meu primeiro espetáculo na Jordânia. Eu não sabia que o stand-up comedy era novo lá e que as pessoas iam ficar tão surpresas. Tive de ensinar-lhes o que era rir dos deficientes. Que não estavam a rir da minha incapacidade, mas estavam a rir porque sou engraçada. Eu mostrei-lhes o que era rir de forma mais livre e acabei por dar formação a comediantes na Jordânia, na Palestina, no Qatar e no Cairo».
«Depois de desempenhar o papel de ajudar os outros como uma comediante com incapacidade, eu diria que o melhor termo em inglês para nos descrever é mesmo ‘deficiente’. Devemos dizer isso em voz alta e com orgulho, porque não há vergonha nisso. As minhas necessidades não são nada especiais. Toda a gente tem necessidades diferentes. A ideia é que quanto mais orgulhosamente usamos a palavra deficiente, menos vergonha e medo estão associados a ela», defende.
«Se acham que sou inspiradora porque faço stand-up sem censura no meio do mundo árabe, eu aceito”, afirmou Zayd, em entrevista. Mas acharem que sou inspiradora porque acordo de manhã e não choro sobre o fato de ser deficiente… isso não é inspirador. É como se eu fizesse as pessoas sentirem-se melhor consigo mesmas, por elas não serem como eu. Quero fazer as pessoas sentirem-se melhor consigo mesmas simplesmente porque as fiz rir».
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