

Desporto adaptado: o fenómeno do Rugby em cadeiras de rodas
O universo do desporto adaptado e a capacidade de resistência e adaptação dos atletas parece não ter limites. É a conclusão rápida a que chegamos quando prestamos atenção a esta modalidade, o Rugby em cadeira de rodas que teve origem no Canadá, no final dos anos 1970, tendo inicialmente o nome de Murderball. A modalidade foi criada para dar resposta, essencialmente, às pessoas com deficiência motora com funcionalidades muito reduzidas nos quatro membros, sendo, portanto, uma modalidade muito popular para atletas tetraplégicos. Em 1996 foi modalidade de demonstração nos Jogos Paralímpicos de Atlanta e integrou oficialmente o programa dos Jogos Paralímpicos no ano 2000 em Sidney.
Como se joga?
As equipas são formadas por quatro jogadores e poderão ter um máximo de oito suplentes. Esta grande quantidade de suplentes é explicada pela intensidade das colisões entre os competidores e suas cadeiras. Como explica a Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência, as dimensões do campo de Rugby são iguais às de um campo de Basquetebol (15 m de largura por 28 m de comprimento). O campo é dividido em duas áreas e o jogo é feito com uma bola de voleibol. Existe um círculo central e duas áreas-chave (tipo “grande área”), que ficam à frente das linhas de ensaio. Os jogadores de ataque só podem ficar dentro da área-chave pelo tempo máximo de dez segundos, enquanto três jogadores de defesa têm o direito de permanecer no local por tempo indeterminado. A entrada do quarto jogador na área-chave resulta numa penalidade.
O objetivo do Rugby é realizar ensaios, delimitados por dois cones (com 40 cm de altura) na linha de fundo, com uma distância entre eles de 8 metros; para fazê-lo é necessário passar a linha de fundo adversária com duas rodas da cadeira. No início do jogo dois atletas permanecem dentro do círculo central na disputa pela bola, lançada ao ar pelo árbitro. As partidas são divididas em quatro períodos de oito minutos cada.
Cada equipa é composta por quatro elementos com limitações nos quatro membros (tetraplégicos, amputados, atletas com distrofias, entre outros) cujo objetivo é marcar o maior número possível de pontos através da passagem da linha de ponto por parte do jogador com a posse da bola.
A modalidade em Portugal
A modalidade em Portugal, iniciou-se apenas em 2021. O primeiro jogo oficial da Equipa das Quinas realizou-se no passado mês de outubro, em Lisboa, num jogo frente à congénere de Espanha.
Um dos seus impulsionadores é Luís Vaz, natural de Macedo de Cavaleiros, e grande impulsionador da modalidade no país. Em 2007 um acidente deixou-o numa cadeira de rodas, mas é visto pelos seus pares como um exemplo de superação. O gosto pelo rugby motivou-o a encetar contactos para criar a modalidade, embora sem sucesso.
“Em 2009 tentei criar a modalidade. Na altura ainda iniciámos, mas, depois, por falta de apoios e alguma desmotivação, o projeto caiu por terra”, contou Luís Vaz, em entrevista ao Jornal do Nordeste.
O atleta nunca terá desistido e chegou mesmo a treinar no estrangeiro durante as várias viagens que realizou, nomeadamente na Hungria, República Checa, Áustria e Colômbia. Praticou também basquetebol em cadeira de rodas, e até andebol, e chegou a integrar uma equipa na cidade do Porto.
A sua persistência acabaria, no entanto, por resultar, sendo que, em 2017, a Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes decidiu avançar com o Rugby em Cadeira de Rodas. “Nessa altura fui contactado pela federação e estive presente deste a primeira hora no projeto. Nestes últimos quatro anos a modalidade avançou e finalmente realizámos o nosso primeiro jogo oficial”, explicou.
Foi frente à Seleção de Espanha que a Equipa das Quinas realizou o primeiro jogo oficial de Rugby em Cadeira de Rodas na 1ª Taça Ibérica, realizada, nos dias 16 e 17 de outubro, no Complexo Desportivo do Casal Vistoso, em Lisboa.
Em Portugal há apenas 12 atletas que praticam a modalidade, seis no Porto, quatro em Lisboa e outros dois na zona centro do país, mas Luís Vaz acredita que é possível cativar mais gente. “Neste momento estamos a iniciar com um clube no Porto e outro em Lisboa. A nível nacional há apenas 12 jogadores, nem dá para formar duas equipas. Ainda estamos muito aquém daquilo que é pretendido. Temos dificuldade em recrutar jogadores. Muita gente com este tipo de lesão ainda está fora do desporto”, disse.
Para treinar, Luís Vaz desloca-se todas as semanas ao Porto, e a cada dois meses integra o estágio da seleção nacional.
O desenvolvimento da modalidade depende da vontade e motivação dos praticantes, mas também de apoios. “Neste momento o apoio que temos é da Federação e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Com alguns apoios já se conseguiu algum material, entre os quais oito cadeiras boas, e algumas outras de substituição, para apoiar o jogo, divididas entre o Porto e Lisboa. São cadeiras feitas à medida de cada jogador e numa próxima fase é nisso que vamos investir”.
Aos 34 anos, Luís Vaz não pensa em objetivos individuais na modalidade, mas sim em metas coletivas. “Queremos ser competitivos e participar num campeonato, mas acima de tudo deixar a modalidade implementada e competir na divisão C europeia”, afirmou.
Depois do pontapé de saída no ano passado, Portugal tem, em 2022, o objetivo de dar início à participação em competições internacionais.
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