Café Joyeux em Portugal: um projeto de inclusão

O Café Joyeux é um projeto ligado à área da restauração, iniciado em França em 2017, e agora trazido para Portugal em novembro de 2021.O primeiro espaço abriu em Rennes, França, em 2017, e trata-se de um café especial. A ideia é que um projeto na área da restauração consiga empregar pessoas com perturbações do desenvolvimento intelectual, portadoras de trissomia 21, autismo e outras condições de saúde, contribuindo para a sua autonomia, felicidade e realização.

Em França já existem 5 espaços e a 23 de novembro passado, foi inaugurado o primeiro Café Joyeux em Lisboa, no nº26 da Calçada da Estrela, em funcionamento de terça-feira a sábado das 9h às 18h. Para se conseguir estruturar em Portugal, a Fundação Émeraude Solidaire fez uma parceira com a Associação VilacomVida. Os responsáveis explicaram que o objetivo passa por abrir entre cinco a sete cafés no país.

Montar uma estrutura e arranjar soluções

Todos os processos das refeições, a comunicação e o serviço são feitos a pensar na promoção da autonomia das pessoas com dificuldades intelectuais e do desenvolvimento. Os colabores da Joyeux foram formados por uma equipa de recursos humanos com experiência em gestão e cozinha. Vão desempenhar as várias tarefas diárias: desde o atendimento à caixa, passando pelo serviço de sala e cozinha.

Os colaboradores têm o seu salário baseado no salário mínimo nacional, em função das horas de trabalho diárias, uma média de quatro/cinco horas. Contam também com um curso de formação gratuito com três níveis de autonomia, que pode ir até dois ou três anos da Escola Joyeux, e que é certificado em França, e que Portugal está a tentar certificar também.

O projeto tornou-se possível por cá também devido à angariação de fundos junto da sociedade e de empresas, a nível de mecenato e doadores particulares.

Alcura

A responsável pela Associação VilacomVida, Filipa Pinto Coelho, destacou que para este primeiro café vão ser contratadas nove pessoas com deficiência e três profissionais da restauração – na área da cozinha, gerente e supervisor de loja -, que vão fazendo equipa com os jovens e vão ensinando quatro funções principais: serviço de mesa, barista, caixa e cozinha. No final da formação, os jovens poderão procurar trabalho noutro local ou permanecer a trabalhar no café.

A associação já tinha desenvolvido um projeto-piloto, o Café ComVida, que esteve aberto 18 meses em Santos, Lisboa, mas que teve de fechar devido à pandemia, sendo que alguns dos jovens que o integraram estão agora no novo Café Joyeux.

“Muitos destes jovens foram recrutados desta experiência, outros vieram por iniciativa de contacto por familiares que ouviram falar do projeto e outros ainda através de recrutamento que fazemos em rede com outras instituições que trabalham com estes jovens”, explicou aquela responsável.

A associação sublinha que será “a primeira empresa em Portugal que, em vez de formar para contratar, contrata para formar pessoas com dificuldades intelectuais, sem experiência profissional ou formação”.

Em termos de oferta ao público, o café dispõe de pequenos-almoços e almoços com produtos da estação cozinhados por estes jovens e adaptados à suas capacidades. Há quiches, saladas, prato quente, uma oferta de lanches e, ainda aperitivos de final de dia.

O Futuro

Os lucros deste café reverterão integralmente para a abertura de mais cafés-restaurantes e para a empregabilidade de mais pessoas.

“Existem muitas pessoas, jovens nesta condição que terminam a escola, que não têm uma solução adequada inclusiva para as capacidades que têm, para ter um trabalho”, sublinhou a presidente da associação.

“É para nós um grande orgulho e privilégio, mas também uma grande responsabilidade, o desenvolvimento da marca solidária e inclusiva Joyeux, com a qual temos tanto em comum. A nossa missão é mudar o olhar sobre a incapacidade mental e cognitiva através do encontro e da partilha”, disse.

“Propomos uma oferta de qualidade no âmbito da restauração, que permite desta forma um contacto mais próximo, regular e positivo com a diferença. A assinatura deste acordo é o culminar de um longo e profundo trabalho de conhecimento mútuo entre os dois projetos”, acrescentou.

Em Portugal há outras iniciativas do género, mas nenhuma conhecida com esta estrutura que se quer organizar como um projeto social tipo franchising. A associação explica que a sua intenção é abrir mais cafés, esperando criar uma média de 10 postos de trabalho em cada um: “queremos abrir nacionalmente. A ideia é em cinco anos abrir pelo menos cinco cafés e queremos também estar no Norte, neste caso no Porto. Vamos abrir já o segundo café em Cascais, um projeto que já está em licenciamento de obra e que apontamos para o fim do primeiro semestre de 2022.”

 

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