
Associação Salvador lança campanha e pede a políticos que “se ponham no lugar” das pessoas com deficiência motora
A aproveitar a onda das recentes eleições legislativas, a Associação Salvador, instituição fundada por Salvador Mendes de Almeida, que tem como missão promover a inclusão das pessoas com deficiência motora na sociedade, lançou a campanha “Ponha-se no nosso lugar”. A intenção foi a de perguntar aos candidatos dos partidos que foram a votos se, de facto, a área das acessibilidades será revista.
Com a Lei das Acessibilidades analisada pela última vez em 2006, a Associação Salvador “exige uma estratégia, fiscalização e revisão ao Decreto-Lei 163/2006″, convidando simultaneamente os partidos com assento parlamentar a colocarem-se no seu lugar. Esta campanha, presente nas plataformas digitais, pretende ter impacto não só na classe política, como em toda a sociedade civil, instigando os agentes políticos a serem também agentes ativos da mudança.
«Quais as estratégias de cada partido para este tema? Todos os dias, milhares de pessoas com deficiência motora continuam a ficar à porta de repartições de finanças, de supermercados ou mesmo das urnas de voto, ficando impedidas de cumprir o seu direito constitucional. São milhares de pessoas que, diariamente, estão presas entre quatro paredes porque não conseguem sair de casa ou apanhar um transporte público», sublinha Salvador Mendes de Almeida, presidente da Associação Salvador.
A Associação faz questão de acrescentar que os políticos continuam a recorrer aos cidadãos com deficiência motora como bandeira política, mas esquecem-se deles no dia seguinte. «É urgente uma mudança de paradigma que nos dê mais dignidade e mais liberdade. Temos de pensar o país para todos, construindo cidades verdadeiramente inclusivas», afirma Salvador Mendes de Almeida.
A Associação
A Associação Salvador atua na área da deficiência motora e foi fundada por Salvador Mendes de Almeida em 2003. Tem desenvolvido diversos tipos de projetos, com resultados comprovados, demonstrando o impacto na melhoria da integração e qualidade de vida de inúmeras pessoas com deficiência.
O próprio fundador, na sequência de um acidente de moto, aos 16 anos, ficou tetraplégico e, a partir da sua própria história, processo de recuperação e luta diária, decidiu dar o seu testemunho e exemplo para apoiar outros em situações semelhantes.
Salvador conta o que esteve na base da criação da associação. À medida que constatava a sua realidade de dependência física absoluta, começou a questionar-se: ‘o que fazer agora da minha vida? Qual o meu futuro daqui por diante? O que poderei fazer face a esta situação?’
O apoio familiar foi fundamental para reconstruir a vida e «as respostas foram surgindo aos poucos». Depois de se ter empenhado na fisioterapia e recuperação física, mantendo sempre essa disciplina física na sua vida; prosseguiu os estudos, licenciando-se em marketing e foi lutando por ter uma vida o mais próxima possível da normalidade. Assume que essa atitude que lhe trouxe o equilíbrio necessário para continuar uma caminhada ascendente.
Salvador explica que à medida que se foi reencontrando, descobriu que tinha possibilidade de fazer algo que me fizesse sentir mais útil e realizado e simultaneamente ajudar os outros.
«Desde que me desloco numa cadeira de rodas que me deparo com muitas atitudes preconceituosas que me surpreendem e entristecem, pois muitas pessoas não conseguem perceber que as pessoas com deficiência não são ‘coitadinhas’ e podem ser felizes e realizadas», explicou o fundador.
O que é preciso mudar
Como espelha a presente campanha – Ponha-se no nosso lugar – a falta de acessibilidades físicas é uma das questões que, para Salvador, urge mudar, para que as pessoas com mobilidade reduzida não sejam impedidas de frequentar os mesmos locais que qualquer outro cidadão.
E salienta: «o retrato que alguns estudos têm traçado sobre as pessoas com deficiência – motora, auditiva, visual ou mental, outra – apontam para a existência de desigualdades sociais a vários níveis: níveis de escolaridade muito baixos, taxas de desemprego duas a três vezes superiores à da restante população, e maiores despesas de saúde (farmácia, fisioterapia, etc.), o que torna a situação socioeconómica dos agregados familiares das pessoas com deficiência complicada, ao ponto de, por vezes, poder estar comprometida a dignidade das pessoas».
Espera-se que a campanha cumpra o seu impacto mediático e que a nova legislatura traga mudanças que vão ajudar Salvador, e tantas pessoas na sua condição, a realizar um dos seus maiores sonhos: «sentir-me livre no meu próprio país, conseguir andar, conseguir viajar e fazer a minha vida sem depender tanto de outras pessoas».
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